Meu conjunto é:

@/el@/@

(Conjunto gráfico com @)

Exemplos de uso em frases:

  • Eu acho que el@ é muito simpátic@.
  • Liguei para m@ sobrinh@ esta manhã e el@ disse que estará ocupad@ esta tarde.
  • O Natal está chegando e não sei que presentes comprar para el@s.
  • @ don@ desta loja é uma pessoa gentil.
  • Eu @s vi ontem à noite, mas el@s não me reconheceram.
  • El@ é um@ alun@ muito espert@.
  • El@ me disse que esta é a casa del@.
  • Valorizo muito ess@ amig@ que tenho.
  • Você me faz lembrar daquel@ funcionári@ que conheci noutro dia.

Tabela:

Artigo definido Artigo indefinido Pronome pessoal Flexão
Singular @ um@ el@ -@
Plural @s um@s el@s -@s

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Exemplos de contextos culturais:

Conjunto gráfico com @ (@/el@/@)

  • JunoDeixando o X para trás na linguagem neutra de gênero, 2013

    • O X não é acessível para leitores de tela. Pessoas com deficiência visual não conseguirão fazer programas de leitura de tela pronunciarem corretamente o texto.
  • Pedro ValenteO “x” e o “@” não são a solução: Sistema Elu | Linguagem Neutra em Género, 2020

    • O sistema já é utilizado pela associação portuguesa rede ex aequo e personagens não-binárias da série da HBO “Todxs Nós”
    • O “Sistema Elu” pretende ser um conjunto de propostas sobre como referir-se, na língua portuguesa, às pessoas não-binárias ou cujo género é desconhecido ou indeterminado
  • Bernardine EvaristoGarota, mulher, outras (traducão: Camila von Holdefer) , 2020

    • discutiram as melhores alternativas de gênero neutro, como el, ilu, elu, ile, e testaram cada palavra para ver se tropeçava ou deslizava na língua, fizeram a mesma coisa com as alternativas para dele e dela: del, dilu, delu, dile, delx, del

Por que os conjuntos de linguagem importam?

As pessoas geralmente usam um tratamento gramatical em seus idiomas, incluindo, entre outros elementos, os pronomes. Os pronomes são palavras que usamos no lugar de um nome para referir-nos a alguém já mencionade, ou a alguém desconhecide. Há vários grupos de pronomes, assim como outras classes que podem demarcar gênero (gramatical), como artigos e desinências. A maioria das pessoas usa os pronomes "ele" e "ela" e demais elementos associados a essas palavras. A sociedade cissexista ensina desde sempre como tratar as pessoas com base numa aparência ou presunção de gênero. Mas a realidade não é tão simples…

O gênero é complexo. Há pessoas que não "correspondem" às expectativas sociais de gênero. Há quem prefira ser tratade de uma maneira distinta ao que tais expectativas ditam. Há ainda quem não se encaixe nas etiquetas "masculino" ou "feminino" e prefira termos alternativos.

Essa ferramenta permite que você encontre possíveis conjuntos de linguagem (artigos, pronomes, finais) e outros elementos, com exemplos de uso em enunciações para que possa mostrar às pessoas como prefere ser tratade.

Por que é importante? Por uma simples questão de decência com ê outre, de respeito com a individualidade da pessoa. Você não chamaria "Lúcia" de "Alícia" só porque gosta mais desse nome ou porque "fulana tem mais cara de Lúcia para você". Ou, inclusive, se ela sim se chama "Lúcia" na sua certidão de nascimento, mas odeia esse nome e prefere usar "Alícia". É exatamente o mesmo com tratamento gramatical – se não quer ser desrespeitose e intolerante com alguém, você se refere a elu corretamente. A única diferença é que geralmente conhecemos os nomes, mas não o tratamento pessoal. Ainda é comum nos apresentarmos com o nosso nome, mas não com o nosso tratamento gramatical. Vamos mudar isso!

Como gênero na língua portuguesa é mais que pronomes, estaremos utilizando aqui o termo conjunto de linguagem, seguindo o modelo de descrição de artigo (definido)/pronome (pessoal)/final de palavra.

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